terça-feira, 21 de maio de 2013

Usina para Reciclagem de Entulho - Globo News

Esta reportagem  fala um pouco dos entulhos produzidos pela construção civil e como eles podem ser reaproveitados .

Entulho da Indústria da Construção Civil



1 Caracterização do material

O resíduo de construção e demolição (resíduo de C&D) ou simplesmente entulho, possui características bastante peculiares. Por ser produzido num setor onde há uma gama muito grande de diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da qualidade do processo produtivo é recente, características como composição e quantidade produzida dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da indústria de construção local (qualidade da mão de obra, técnicas construtivas empregadas, adoção de programas de qualidade, etc.).
Dessa forma, a caracterização média deste resíduo está condicionada a parâmetros específicos da região geradora do resíduo analisado.
1.1 Composição química
O entulho é, talvez, o mais heterogêneo dentre os resíduos industriais. Ele é constituído de restos de praticamente todos os materiais de construção (argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas, etc.) e sua composição química está vinculada à composição de cada um de seus constituintes.
No entanto, a maior fração de sua massa é formada por material não mineral (madeira, papel, plásticos, metais e matéria orgânica). Dois exemplos da análise qualitativa da sua fração mineral, para locais distintos, são apresentados a seguir:


Composição média da fração mineral do entulho (%)

MATERIAL

PINTO (1987) 1

ZORDAN e PAULON (1997)2
Argamassa
64,4

37,6
Concreto
4,8

21,2
Material Cerâmico
29,4

23,4
Pedras
1,4

17,8
1 Local: cidade de São Carlos, SP, Brasil.2 Local: cidade de Ribeirão Preto, SP, Brasil.
1.2 Classificação ambiental
Embora o entulho apresente em sua composição vários materiais que, isoladamente, são reconhecidos pela NBR 10.004/ set. 87: Resíduos Sólidos – Classificação, como resíduos inertes (rochas, tijolos, vidros, alguns plásticos, etc.), não está disponível até o momento, análises sobre a solubilidade do resíduo como um todo, de forma a garantir que não haja concentrações superiores às especificadas na norma referida acima, o que o enquadraria como "resíduo classe II – não inerte". Vale ainda lembrar, que a heterogeneidade do entulho e a dependência direta de suas características com a obra que lhe deu origem pode mudá-lo de faixa de classificação, ou seja, uma obra pode fornecer um entulho inerte e outra pode apresentar elementos que o tornem não-inerte ou até mesmo perigoso - como por exemplo, a presença de amianto que, no ar é altamente cancerígeno.
1.3 Apresentação do material
O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variáveis, que dependem do seu processo gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de construção (como a da areia e a da brita), como em formatos e dimensões irregulares: pedaços de madeira, argamassas, concretos, plástico, metais, etc.
2 Produção

2.1 Origem
Praticamente todas as atividades desenvolvidas no setor da construção civil são geradoras de entulho. No processo construtivo, o alto índice de perdas do setor é a principal causa do entulho gerado. Embora nem toda perda se transforme efetivamente em resíduo - uma parte fica na própria obra - os índices médios de perdas (em %) apresentados abaixo fornecem uma noção clara do quanto se desperdiça em materiais de construção - a quantidade de entulho gerado corresponde, em média, a 50% do material desperdiçado.

MATERIAIS

AGOPYAN et al. 1

PINTO 2

SOILBELMAN 2

SKOYLES 2
Areia
76

39

46

12
Cimento
95

33

84

12
Pedra
75
Cal
97
Concreto
9

1

13

6
Aço
10

26

19

4
Blocos e Tijolos
17

27

13

13
Argamassa
18

91

87

12
1 AGOPYAN et al (1998)2 PINTO (1995)
Já nas obras de reformas a falta de uma cultura de reutilização e reciclagem são as principais causas do entulho gerado pelas demolições do processo.
Nas obras de demolição propriamente ditas, a quantidade de resíduo gerado não depende dos processos empregados ou da qualidade do setor, pois se trata do produto do processo, e essa origem, sempre existirá.
2.2 Localização
Grande parte dos produtores de entulho, principalmente o "construtor formiga", continuam jogando esse material ao longo de estradas e avenidas e em margens de rios e córregos. O surgimento dos caçambeiros contribuiu para que esse quadro fosse amenizado com a criação de locais pré-determinados – nem sempre apropriados – para o depósito do resíduo.
Algumas prefeituras (Belo Horizonte, Ribeirão Preto, etc.) estão implantando locais apropriados para receber o resíduo. São as "Usinas de Reciclagem de Entulho", constituídas basicamente por um espaço para deposição do resíduo, uma linha de separação (onde a fração não mineral é separada), um britador, que processa o resíduo na granulometria desejada e um local de armazenamento, onde o entulho já processado aguarda para ser utilizado.
2.3 Estatísticas
Estimativas da quantidade do entulho produzido no país e no exterior são apresentadas abaixo.

LOCAL GERADOR

GERAÇÃO ESTIMADA (t/mês)
São Paulo
372.000
Rio de Janeiro
27.000
Brasília
85.000
Belo Horizonte
102.000

Brasil 1
Porto Alegre
58.000
Salvador
44.000
Recife
18.000
Curitiba
74.000
Fortaleza
50.000
Florianópolis
33.000
Europa 2
16.000 a 25.000
Reino Unido 3
6.000
Japão 3
7.000
1 PINTO (1987)2 PERA (1996)
3 CIB (1998)
3 Tecnologias para reciclagem
Reciclar o entulho - independente do uso que a ele for dado - representa vantagens econômicas, sociais e ambientais, tais como:
  • economia na aquisição de matéria-prima, devido a substituição de materiais convencionais, pelo entulho;
  • diminuição da poluição gerada pelo entulho e de suas conseqüências negativas como enchentes e assoreamento de rios e córregos, e
  • preservação das reservas naturais de matéria-prima.
A seguir são citadas algumas possibilidades de reciclagem para este resíduo e as vantagens específicas de cada uma.
3.1 Utilização em pavimentação.
A forma mais simples de reciclagem do entulho é a sua utilizado em pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário) na forma de brita corrida ou ainda em misturas do resíduo com solo.
3.1.1   Vantagens
  • é forma de reciclagem que exige menor utilização de tecnologia o que implica menor custo do processo;
  • permite a utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum deles;
  • economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece em granulometrias graúdas;
  • possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam o investimento em equipamentos de moagem/ trituração;
  • maior eficiência do resíduo quando adicionado aos solos saprolíticos em relação a mesma adição feita com brita. Enquanto a adição de 20% de entulho reciclado ao solo saprolítico gera um aumento de 100% do CBR, nas adições de brita natural o aumento do CBR só é perceptível com dosagens a partir de 40%;
3.1.2    Limitações
Não disponível.
3.1.3    Processo de produção
O entulho, que pode ser usado sozinho ou misturado ao solo, deve ser processado por equipamentos de britagem/ trituração até alcançar a granulometria desejada, e pode apresentar contaminação prévia por solo – desde que em proporção não superior a 50% em peso. O solo empregado na mistura com o entulho reciclado deve ser classificado de acordo com a Metodologia MCT, especificada pela Norma P01 da Prefeitura Municipal de São Paulo.
Pesquisas (BODI, 1997) avaliam os resultados de ensaios de dosagens da mistura entulho-solo e as variações da capacidade de suporte, da massa específica aparente máxima seca, da umidade ótima e da expansão.
O resíduo ou a mistura podem então ser utilizados como reforço de subleito, sub-base ou base de pavimentação, considerando-se as seguintes etapas: abertura e preparação da caixa (ou regularização mecânica da rua, para o uso como revestimento primário) corte e/ou escarificação e destorroamento do solo local (para misturas), umidecimento ou secagem da camada, homogeneização e compactação.

3.2.1    Vantagens
  • utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum deles;
  • economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece em granulometrias graúdas;
  • possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam o investimento em equipamentos de moagem/ trituração;
  • possibilidade de melhorias no desempenho do concreto em relação aos agregados convencionais, quando se utiliza baixo consumo de cimento;
3.2.2   Limitações
A presença de faces polidas em materiais cerâmicos (pisos, azulejos, etc.) interferem negativamente na resistência à compressão do concreto produzido.

3.2.4   Grau de desenvolvimento
Embora pesquisas tenham demonstrado eficácia do processo, vários fatores como os relacionados à durabilidade do concreto produzido ainda precisam ser analisados. As prefeituras de São Paulo e a de Ribeirão Preto já utilizam blocos de concreto feitos com entulho reciclado.

3.3 Utilização como agregado para a confecção de argamassas
Após ser processado por equipamentos denominados "argamasseiras", que moem o entulho, na própria obra, em granulometrias semelhantes as da areia, ele pode ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e revestimento.
3.3.1   Vantagens
  • utilizado do resíduo no local gerador, o que elimina custos com transporte;
  • efeito pozolânico apresentado pelo entulho moído;
  • redução no consumo do cimento e da cal, e
  • ganho na resistência a compressão das argamassas.
3.3.2   Limitações
As argamassas de revestimento obtidas apresentam problemas de fissuração, possivelmente pela excessiva quantidade de finos presente no entulho moído pelas argamasseiras.
3.3.3   Processo de produção
A partir da mistura de cimento, areia e água, a fração mineral do entulho é adicionada a uma caçamba de piso horizontal, onde dois rolos moedores girando em torno de um eixo central vertical, proporciona a moagem e homogeneização da mistura que sai do equipamento pronta para ser usada.
Informações sobre o equipamento de moagem:
ANVI Comércio e Indústria Ltda.
Tel. (011) 289-7109 289-4260.

3.3.4 Grau de desenvolvimento
Esta reciclagem vem sendo utilizada, com freqüência, por algumas construtoras do país e pesquisas estão em andamento para tentar solucionar as limitações desta técnica.


  • Utilização de concreto reciclado como agregado;
  • Cascalhamento de estradas;
  • Preenchimento de vazios em construções;
  • Preenchimento de valas de instalações;
  • Reforço de aterros (taludes).
4 Comentários gerais
O processo de implantação de programas de qualidade pelo qual passa a indústria da construção, certamente contribuirá para a redução do volume de resíduos gerados por esse setor. No entanto, a quantidade de entulho produzida não diminuirá de uma hora para outra.
Além disso, por mais eficaz que sejam as mudanças introduzidas nos processos construtivos, com o objetivo de reduzir os custos e a quantidade de resíduos gerados, sempre haverá um montante inevitavelmente produzido, que somado aos resíduos de demolição, ainda representará um volume expressivo.
Dessa forma, o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização do entulho na própria construção civil, contribui para amenizar o problema urbano dos depósitos clandestinos deste material - proporcionando melhorias do ponto de vista ambiental - e introduz no mercado um novo material com grande potencialidade de uso.

6 Links Relacionados
United States Environmental Protection Agency
http://www.epa.gov/epaoswer/hazwaste/sqg/c&d-rpt.pdf

Global Recycling Network
http://www.grn.com/

Center of Excellence for Sustainable Development
http://www.sustainable.doe.gov/search.htm

Sustainable Building Sourcebook
www.greenbuilder.com/sourcebook/constructionwaste.html

California Integrated Waste Management Board
www.ciwmb.ca.gov/MRT/CNSTDEMO/default.htm

Resíduos têxteis são reutilizáveis na construção civil


No futuro, poderá ser possível reaproveitar resíduos de tecidos gerados pela indústria têxtil na construção civil, como isolamento térmico de edifícios, com uma eficiência semelhante à de materiais utilizados atualmente. Esta é a conclusão de um estudo realizado por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Universidade de Aveiro e da Universidade Fernando Pessoa, que vai ser publicado na revista Construction and Building Materials (CBM) no início de 2013.
A indústria têxtil é um dos sectores mais importantes da economia portuguesa, com grande contributo para as exportações. E, como todas as indústrias, produz resíduos que podem ser reaproveitados. O estudo resulta de uma parceria estabelecida com empresas têxteis e analisa dois desses resíduos – restos de tecidos e uma espécie de cotão, que resulta do aproveitamento de restos de tecidos para o fabrico de colchões e carpetes.
Os autores do artigo inspiraram-se na utilização de vestuário. “Fazemos roupas com tecidos, que servem para proteger do frio e do calor”, refere Anabela Paiva, professora da Universidade de Trás-os Montes e Alto Douro e uma das autoras do artigo. “Considerarmos que os desperdícios de tecidos teriam um comportamento térmico semelhante ao das roupas e resolvemos fazer um conjunto de ensaios para o confirmar.”
O estudo a ser publicado pela CBM conclui que os restos de tecidos e o cotão podem ser utilizados como enchimento de paredes duplas, com resultados semelhantes ao de outros materiais utilizados em construção civil como o poliestireno extrudido, o poliestireno expandido, a lã mineral e a lã de rocha. A reutilização de resíduos em substituição destes materiais contribui para uma maior sustentabilidade da construção civil, e é um dos objetivos dos autores do artigo. “Estamos a desenvolver trabalho na área da reutilização de materiais, quer da indústria têxtil, quer resultante da atividade agrícola”, indica Ana Paiva.
O artigo científico foi possível graças ao estabelecimento de parcerias com quatro empresas têxteis: Textâmega, Supercorte, Pastopo e Profato. “A cooperação entre universidades e indústria é importante para ambas as partes”, refere Ana Paiva. “Os investigadores ficam a conhecer as necessidades reais da indústria e investigam no sentido de responder a essas necessidades e apresentar resultados que tenham uma aplicação prática.”
Margarida Milheiro

http://revistan.org/ciencia/?p=774

Fotos de materiais reutilizados na construção civil





O Conceito de Construção sustentável


O Conceito de Construção Sustentável dentro da Engenharia Civil

Construção Sustentável é um conceito moderno da Engenharia Civil que pode ser aplicado ao projeto de qualquer tipo de estrutura indo desde pequenas casas populares até a construção de grandes prédios tais como fábricas ou hospitais.
Na construção sustentável, os engenheiros civis e arquitetos procuram usar tecnologias ecológicas nas obra para preservar o meio ambiente e poupar os recursos naturais.
O conceito de construção sustentável é baseado em 5 idéias básicas:

Projetos Inteligentes

Projetos de engenharia civil e arquitetura inteligentes aproveitam melhor as característias do terreno e também da natureza tais como iluminação solar natural para poupar o uso de lâmpadas quando a construção ficar pronta.

Redução da Poluição

Uma obra de engenharia civil sempre gera muita poluição. Esta poluição pode ser reduzida drásticamente através do melhor aproveitamento dos materiais ( redução de desperdício ) e também através do uso de ferramentas e estruturas inteligentes ( andaimes de metal reutilizáveis ao invés dos tradicionais andaimes de madeira comuns na construção civil ).
Outra maneira interessante de reduzir a poluição é separar as sobras da construção ( pedaços de concreto, tijolos quebrados, tocos de madeira, pedaços de ferro ). O que puder ser reaproveitado em outras obras é armazenado, o que puder ser reciclado é enviado para a reciclagem.

Materiais Ecológicos

O uso de materiais ecológicos é outro princípio fundamental da construção sustentável. Plástico reciclado, madeira de reflorestamento, concreto reciclado ( concreto aproveitado a partir da demolição de outros edifícios ) são várias as opções de materiais que podem ser usados pela engenharia civil para aumentar a sustentabilidade de uma construção.

Eficiência Energética

Além de construir obras de maneira ecológica, a construção sustentável também busca casas e prédios que mantenham de modo econômico.
Um dos modos de tornar um edifício mais econômico e sustentável é através da eficiência energética, essa eficiência pode ser atingida através do uso de lâmpadas e eletrodomésticos econômicos, através do uso de energia solar para aquecer a água e também através do melhor aproveitamento do calor e do frio ( que evita a necessidade do uso de ar condicionado ).

Aproveitamento da Água

A água, um dos bens mais preciosos da humanidade, também pode ser muito melhor aproveitada segundo os conceitos da construção sustentável.
A água das chuvas, por exemplo, pode ser facilmente estocada em cisternas e caixas-d’água para ser usada em serviços domésticos tais como lavar o chão ou então nos vasos sanitários. O desperdício também pode ser evitado através do uso de encanamentos de maior resistência ( que vazam menos ) e de modelos de torneiras mais eficientes ( que pingam menos ).

Cobertura Verde: Um Conceito Barato e Ecológico para a Engenharia Civil

Entre os conceitos da construção sustentável, o da cobertura verde de casas e prédios talvez seja o menos conhecido e o que pode causar mais estranhamento.
Na cobertura verde a idéia é construir um “telhado vivo” através do depósito de terra e da plantação de grama no topo das construções.
Os tetos verdes já são velhos conhecidos da humanidade, com registros do uso desta técnica de construção de engenharia civil desde os tempos da antiga Babilônia ( século 6 A.C. ). Na Alemanha do século 19 também era muito comum o uso de coberturas verdes nas construções das casas rurais, as coberturas verdes tornavam a construção mais barata e protegiam as casas contra incêndios.
Mas afinal, qual a vantagem de se cultivar um gramado no topo de uma construção ?? Confira abaixo algumas das vantagens, apresentadas através do conceito de construção sustentável:
  • A cobertura verde é barata e pode reduzir os custos da obra sendo vantajosa do ponto de vista da engenharia civil.
  • Ela é uma excelente isolante acústica protegendo a casa da poluição sonora da vizinhança ( ideal para grandes cidades !! )
  • A cobertura verde ajuda na filtragem da água da chuva, que assim pode ser reutilizada com mais segurança.
  • A poeira do ar nas vizinhanças da cobertura verde acaba sendo retida pelas plantas o que torna o ar mais puro.

Construções Sustentáveis: Projeto Básico de um Telhado Verde

Telhado Verde
Mas como nem tudo são vantagens, a cobertura verde em relação ao telhado tradicional tem a desvatagem de precisar de manutenção: de tempos em tempos a grama deve ser aparada e também folhas e pedaços secos de planta devem ser retirados das calhas para evitar entupimento.

Barateamento de Custos de Engenharia Civil e Manutenção através da Construção Sustentável

Coberturas Verdes
Embora a primeira vista os procedimentos da construção sustentáveis possam parecer sofisticados e caros, muitos deles pode ser usados para baratear a obra. Isso mesmo !! Além dos ganhos ecológicos ainda podemos ter ganhos financeiros.
O próprio telhado verde citado acima, ele pode ser usado para cobrir grandes áreas planas ou inclinadas de telhado a custos baixíssimos.
O uso de andaimes modulares de metal, evita a necessidade da compra de madeira já que eles podem ser montados e desmontados a medida que a obra avança e também podem ser usados em obras de engenharia civil posteriores.
Os andaimes de metal também evitam o desperdício, já que muitas vezes a madeira usada nos andaimes de madeira é jogada fora no final da obra de Engenharia Civil.
Materiais reciclados de construção também podem ser muito baratos, como são produzidos a partir de materiais que iam ser jogados fora o custo é bem menor do que o de materiais novos em folha.
Na manutenção a redução de custos através da construção sustentável é ainda maior !! Confira alguns exemplos simples:
  • Sistemas de captação de água, além de baratos e simples do ponto de vista da Engenharia Civil são uma valiosa fonte de água para uso geral, diminuindo bastante a conta de água.
  • Aquecedores solares posicionados no telhado proporcionam uma enorme economia de energia já que aproveitam o calor do sol ( que é gratis ) para esquentar a água para o banho.
  • Janelas amplas além de tornar o ambiente mais agradável também geram uma enorme economia de energia já que evitam que as lâmpada sejam acessas durante o dia.
  • Outro bom exemplo é o uso de Eletrodomésticos mais econômicos, a diferença na conta de luz neste caso é gritante: uma geladeira velha e antiga pode consumir até 2 vezes mais energia que uma geladeira nova, sem conta as lâmpadas fluorescentes, que economizam até 80% de energia.


Artigo escrito por Miriam Mota

domingo, 19 de maio de 2013

Definição de reaproveitamento de materiais


 Reutilização de materiais na construção civil trata de transformar os resíduos das obras, normalmente encarados como entulhos e caliça, em produtos comerciais que possam ser novamente utilizados. Com isso, criar oportunidades de reuso e reciclagem que se traduzam em sustentabilidade social e ambiental.
Quase todas as atividades desenvolvidas pelo setor da construção civil geram resíduos como caliça e entulhos. Isto se deve aos altos índices de perdas durante o processo construtivo e à falta de uma cultura de reutilização e reciclagem no país.
No Brasil, em média 50% de todo o material desperdiçado, o que representa por volta de 850 mil toneladas de entulho por mês, é depositado sem critério em lixões ou aterros sanitários. O Reino Unido produz cerca de 53 mil toneladas/ano e o Japão pode ser considerado uma referência em reaproveitamento, com apenas 6 mil toneladas/ano.
A prática de reuso e reciclagem pode ser encarada do ponto de vista da viabilidade econômica para revenda desses materiais. Outra destinação é servir de sub-base para pavimentos de vias de menor tráfego e em aterros sanitários para a conservação das estradas. Já existem iniciativas de usinas de reciclagem desses materiais nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Resultados do reaproveitamento
As vantagens ambientais do reaproveitamento estão em reduzir as matérias-primas bases dos materiais de construção, abater a quantidade de lixo em aterros sanitários e diminuir o volume de detritos e resíduos da construção. Estas ações, com certeza, diminuirão a poluição das cidades.
Conceitos
• Reuso – significa reprocessar e reinstalar materiais sem remanufatura;
• Reciclagem – é a completa  onde se produz outro elemento construtivo a partir de uma peça já existente; e
• Downcycling – é o reprocessamento completo de outro produto diferente da origem e que possui menor qualidade.
Problemas
Um dos problemas enfrentados quando se fala em reuso de materiais de construção reside no fato de que esses produtos não foram concebidos para serem desmontados. Considerando que desconstruir leva de duas a dez vezes mais tempo que demolir, isso reflete a falta de técnicas para essa prática no país. 
demolição seletiva ainda não é praticada comercialmente no Brasil, isso significa que temos que incentivar a reciclagem de forma sustentável a partir de uma nova cultura de sustentabilidade, de mão de obra especializada e da armazenagem correta dos materiais.
Para o professor, Wilson Jesus da Cunha Silveira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutor enengenharia de materiais, “a reutilização de materiais é, na verdade, aproveitar materiais de demolição edificações novas. Isso pode dar um bom aspecto à construção”.  Confira a seguir entrevista completa com o especialista.
>> A resolução 307 do CONAMA vem de fato sendo cumprida?
Wilson Jesus da Cunha Silveira: As normas técnicas e resoluções de órgãos ambientais sempre sofrem certa resistência na sua aplicação por parte dos usuários bem como toda inovação. Normalmente, somente indústrias exportadoras as respeitam devido às exigências dos importadores, de acordo com as Normas ISO 9000 e ISO 14000. Empresas que não respeitam os códigos e normas não conseguem exportar.
>> Como transformar resíduos das obras em produtos comerciais?
Wilson: Essa produção pode ser feita com pequenas máquinas, principalmente as trituradoras que transformam o resíduo em pó. Depois é só misturar com um pouco de aglomerante, que transforma o material resultante em uma argamassa utilizada para diversos usos.
>> A que se deve os altos índices de perdas de materiais nas obras?
Wilson: Principalmente aos projetos, que não são concebidos de forma racionalizada, ou seja, para aproveitamento otimizado dos materiais. Essa utilização se faz nos projetos executivos, específicos para a obra, feitos depois da aprovação do desenho nos órgãos públicos. Os desenhos executivos sobrepõem os projetos de instalações, planosestruturais e plantas da edificação, com as vedações que podem ser alvenariaspainéis ou chapas. O que tem resolvido bastante a redução de desperdício em obras é a industrialização, que retira os serviços do canteiro, transferindo-os às indústrias e agregando qualidade pelo uso de mão de obra especializada.
>> É possível reutilizar materiais nos canteiros de obras e evitar a produção de caliça e entulhos?
Wilson:
 O canteiro de obras reproduz os planejamentos de obra feitos nos projetos executivos. Hoje se podeempreitar esses serviços com material e mão de obra mais baratos que executados no canteiro.
>> Por que a técnica da desconstrução ainda não é utilizada no país?
Wilson: Desconstrução é um conceito de projeto e é usado por muitos profissionais. Somente agora os construtores, engenheiros e arquitetos estão se conscientizando da necessidade de uma formação complementada com mestrados e doutorados para aprofundar conhecimentos. Parece-me que o termo desconstrução está sendo usado de maneira equivocada. Reaproveitar é esquecer os conceitos antigos de simetriaproporção e elaborar um projeto sem preocupações de alinhamentoesquadro e prumo.